segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

êxtases

"Um dia me chamaram primitivo:
Eu tive um êxtase.
Igual a quando chamaram Fellini de palhaço:
E Fellini teve um êxtase"


(Manoel de Barros, in. Retrato do Artista quando Coisa)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

morre a paixão delirante e fica a covardia mercenária

sobre o evento covarde de ronaldo coloco um texto do meu irmão Eduardo.. sem mais, por hora..


Decepção e Revolta
(por Eduardo Carvalho)

Triste.

O craque da minha geração, um ídolo brasileiro e, acima de tudo, rubro-negro, foi-se embora. Treinou na Gávea, se recuperou na Gávea, assistiu aos jogos do Flamengo e agora vai para São Paulo. O mais frustrante é ver o Rio de Janeiro simbolicamente sucumbindo, assim como o emblemático naufrágio da caravela portuguesa. Um Estado sem comando, sem governo e sem poder de barganha, assim como o Flamengo. Entretanto, mesmo com as anomalias de seus dirigentes, o Mais Querido abriu as portas para o Fenômeno. Abriu as portas da esperança. Não que eu achasse que ele iria realmente jogar, mas com certeza levaria ao velho Maracanã a áura de um mito. Isso é muito importante para o futebol carioca e, sobretudo para o Flamengo. Gerheim, meu chefe na época do Jornal dos Sports, é um maluco, um doente apaixonado pelo Botafogo. Ele guarda consigo o amor a um clube e a eterna esperança de ver os craques de volta aos gramados do RJ. Gerheim disse uma vez no trabalho - em ocasião drástica que envolvia demissão e tudo mais - "COVARDE!!!". Eram sentimentos profundos de um idoso. Disse aquilo com coração, com raiva e com amor aos seus ideais. Para essa nova situação, também desabafo: Covarde! Mil vezes Covarde.